Thursday, October 3, 2013

POR QUE "INTERDENOMINACIONAL"?

Por trabalhar principalmente com universitários, descrevemos nosso ministério (M8-32... Movimento 8-32) como "interdenominacional" por causa da aparente falta de cristãos dispostos de exercer seu papel missionário no contexto estudantil. Aliás, por serem poucos os que se disponibilizam para um envolvimento com um grupo evangélico na sua universidade, ninguém está numa posição de realizar somente um ministério "batista" ou "assembleiano", por exemplo.

Portanto, M8-32 acaba lidando com evangélicos de todo o espectro do evangelicalismo brasileiro. Normalmente a maioria que continua envolvida conosco vem de igrejas históricas não-pentecostais (Ex: Batista, Presbiteriana, Congregacional) e pentecostais (Ex: Assembléia de Deus). De vez em quando um membro da Igreja Universal (IURD) ou outra igreja neo-pentecostal (Ex: Comunidade...) envolve-se.

Achamos curioso como esses evangélicos conseguem trabalhar lado ao lado, dando, às vezes, pequenas "alfinetadas" por meio de piadinhas sobre as denominações dos seus irmãos. Um assembleiano chama um presbiteriano de "sorveteriano", enquanto  o presbiteriano chama o batista de "primo"! Rimos bastante, mas jamais deixamos que nossas diferenças impeçam nosso comunhão e colaboração verdadeira no evangelho. Aliás, buscamos focar-nos naquelas doutrinas que temos em comum (Ex: os "Cinco Solas") e evitar aquelas que, de importância secundária, nos dividem (Ex: alguns dons espirituais, escatologia, etc.). É realmente impressionante como se pode conviver com irmãos em Cristo de outras vertentes do evangelicalismo brasileiro, sem falar em realizar grandes coisas em prol do Reino de Deus juntos.

Tudo bem. Essa é a realidade da maioria dos grupos evangélicos atuando no meio universitário. Pessoalmente, eu adoraria poder trabalhar com um estudantes da linha reformada, como um missionário da linha pentecostal adoraria poder trabalhar principalmente com gente alinhada com ele. Mas a realidade exige outra postura, porque os cristãos realmente preocupados em ter uma comunhão com irmãos, aprender e defender uma cosmovisão cristã e obedecer o "Ide" de Jesus, tudo no contexto universitário, SÃO POUQUÍSSIMOS! E, na realidade, a oportunidade de andar e trabalhar com irmãos em Cristo de várias denominações (e que levam a sério os fundamentos do cristianismo) é um privilégio que poucos experimentam fora da universidade. A união que um grupo evangélico consegue experimentar "na batalha pelas mentes e almas" dos seus colegas perdidos é, como o cartão VISA afirma, "sem preço"!

"Vendo ele as multidões, compadeceu-se delas, porque andavam desgarradas e errantes, como ovelhas que não têm pastor. Então disse a seus discípulos: Na verdade, a seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara."  -  Mateus 9.36-38

Oremos por mais universitários evangélicos dispostos de encarar a difícil tarefa de ser sal e luz nesse lugar, espiritual e moralmente, escuro - nesse lugar chamado "a universidade". Valeu!

Por que os jovens evangélicos estão se desviando na universidade?

por Pr. Renato Vargens
As estatísticas são sombrias. Alguns chegam a afirmar que, em média, 60% dos jovens evangélicos que adentram a universidade se afastam da comunhão dos santos e da igreja. Ora, seria simplista da minha parte afirmar de modo absoluto os reais motivos para a apostasia de nossos jovens. Todavia, acredito que algumas razões são preponderantes para o esfriamento da fé da juventude cristã:
1. Nossos jovens não estão sendo preparados pela igreja para enfrentar as demandas sociais, comportamentais e filosóficas na universidade.  Na verdade, afirmo sem a menor sombra de dúvidas de que a igreja não está oferencendo a sua juventude ferramentas necessárias para a desconstrução de valores absolutamente anticristãos. Por exemplo, as universidades públicas estão repletas de conceitos marxistas. Volta e meia eu recebo a informação de professores que em sala de aula zombam de Cristo, ridicularizando publicamente todos aqueles que se dizem cristãos.
2. Nossos jovens não estão sendo preparados pelos pais com vistas ao enfrentamento cultural. Vivemos numa sociedade multifacetada, cujo os valores relacionados a sexo, família, trabalho, sucesso e moral foram relativizados. Nesta perspectiva não são poucos aqueles que ao longo dos anos tem sucumbido diante da avalanche de conceitos extremamente antagônicos aos pressupostos bíblicos-cristãos.
3. Nossos jovens não tem sido preparados pela igreja para responder as perguntas de uma sociedade sem Deus como também oferecer respostas àqueles que lhes questionam a razão da sua fé.  Nesta perspectiva os conceitos "simplistas" de alguns dos nossos rapazes e moças  tem sido facilmente descontruídos num ambiente onde o ceticismo e a incredulidade se fazem presentes.
4. Nossos jovens tem sido influenciados negativamente pelo secularismo, hedonismo e satisfação pessoal. Sem sombra de dúvidas acredito que o secularismo é um grave problema em nossos dias. A Europa, por exemplo, transformou-se num continente secularista onde o que mais importa é o bem estar comum e a ausência de Deus. Nesta perspectiva vive-se para o prazer, nega-se uma fé transcendente e quebra todo e qualquer paradigma que nos faça lembrar de Cristo ou da igreja.

Diante deste funesto quadro surge a pergunta: O que fazer então?
a. A Igreja precisa fortalecer a família oferecendo aos casais ferramentas para a edificação de lares sólidos cujo fundamento é infalível Palavra de Deus.
b. A Igreja precisa preparar os seus jovens para responder as perguntas da sociedade. Nessa perspectiva, deve-se investir numa formação apologética, cujo foco deve ser oferecer a juventude "armas" espirituais capazes de anular sofismas.
c. A Igreja precisa investir em universitários, promovendo grupos de comunhão e debates, além de discussões teológicas, sociológicas e filosóficas, oferecendo a estes condições de responder aos seus inquiridores o porquê da sua fé.
d. A Igreja precisa estudar teologia com os universitários. Questões relacionadas ao pecado, juízo eterno, salvação, morte e sofrimento, além de tantos outros conceitos relacionados aos nossos dias, precisam ser explicadas e entendidas pelos nossos jovens.
e. A Igreja precisa preparar os seus jovens para se relacionarem com a cultura. O problema é que, em virtude do maniqueísmo que nos é peculiar, "satanizamos" o mundo bem como todas as suas vertentes culturais. Por outro lado, existem aqueles que, em nome da contextualização, "mundanizaram" a Igreja, levando o povo de Deus a um estilo de vida ineficaz cujos frutos não tem sido muito bons.
f. A Igreja precisa fomentar em seus jovens o desejo de conhecer a Deus e se relacionar com Ele. Jovens que se relacionam com Deus através da oração e das Escrituras Sagradas tornam-se mais fortes diante dos embates desta vida.
Que Deus nos ajude diante hercúlea missão e que, pela graça do Senhor, nossa juventude possa ser bênção da parte do Senhor na universidade.
Soli Deo Gloria,
Renato Vargens
FONTE: http://renatovargens.blogspot.com.br/2013/01/por-que-os-jovens-evangelicos-estao-se.html